O Sinclair ZX Spectrum foi um dos mais influentes microcomputadores europeus de 8 bits durante a década de 1980. Foi lançado em Inglaterra em 1982 pela companhia Sinclair Research. Em Portugal a sua distribuição começou a ser feita pela Triudus e logo a seguir pela Landry (que foram os primeiros a fornecer manuais em português). No Brasil, a empresa Microdigital produziu o TK-90X, um clone do modelo inglês, e o TK 95, um modelo cuja principal diferença era ser equipado com um teclado semiprofissional (com design claramente inspirado no Commodore Plus/4).
Este console era o concorrente do MSX e possuía o mesmo sistema BASIC.
Disponibilizo o download de dois emuladores mais todas as roms. Boa diversão.
História do ZX-Spectrum
Baseado num processador Zilog Z80-A a 3,50 MHz com 16 KBytes de ROM, o Spectrum estava disponível em duas versões, uma com 16 Kbytes de RAM e outra com 48 Kbytes. Era possível expandir internamente o Spectrum 16 Kb para 48 Kb através da adição de 8 chips de memória e mais uns chips de controle.
O projetista do hardware foi Richard Altwasser da Sinclair Research e o software (em ROM) foi escrito por Steve Vickers por contrato para a Nine Tiles Ltd, os autores do Sinclair BASIC. O responsável pela aparência final do Spectrum foi o designer industrial Rick Dickinson da Sinclair Research.
Provavelmente o factor mais original do Spectrum era o seu teclado de 40 teclas, composto por uma placa de borracha flexível onde estavam moldadas teclas salientes com um formato muito semelhante ao de uma chiclete, (daí o termo teclado chiclete). Esta placa assentava directamente sobre uma membrana plástica onde existiam pequenas bolhas, cada uma delas com um contacto eléctrico na parte superior e outro na inferior. Quando se carregava numa tecla a bolha era comprimida e os dois contactos tocavam-se. Esta membrana e, principalmente, as fitas que a ligavam à placa do Spectrum, eram algo frágeis e eram responsáveis por quase todas as avarias do Spectrum.
Outra característica única do Spectrum era o facto de cada tecla não ter simplesmente uma letra, símbolo ou número, mas também as palavras chave (keywords) do Sinclair BASIC. Cada tecla, através da utilização de várias teclas de Shift produzia pelo menos 3 palavras-chave, para além dos caracteres maiúsculos e minúsculos. Este aspecto do Spectrum era bastante criticado, mas apenas por aqueles que não tinham muita experiência na sua utilização. Afinal, o que demora mais tempo, carregar na tecla T ou escrever RANDOMIZE.
O fato de não existirem teclas de cursor separadas (o efeito era obtido com CAPS SHIFT + 5, 6, 7 ou 8) nem tecla de apagar (CAPS SHIFT + 0) eram críticas mais válidas, e que eram resolvidas praticamente em todos os teclados de substituição que foram desenvolvidos para o Spectrum.
Em conjunto com o facto de o Spectrum não ter uma ligação para monitor, este teclado foi um dos factores que mais penalizou o Spectrum relativamente à aceitação num mercado mais profissional.
A ausência da ligação para monitor é algo incompreensivel, mesmo considerando que o Spectrum foi desenhado para ser o mais barato possivel. Sabendo que os sinais de video necessários até se encontravam presentes no conector de expansão a existência de um plug RCA ou DIN teria custado apenas mais uns cêntimos por computador e produziria uma imagem de qualidade muito superior. Parece que isto demonstra alguma falta de confiança da Sinclair quanto ao futuro que o Spectrum poderia ter fora do mercado doméstico.
Para além dos modelos 16K e 48K, a Sinclair Research lançou mais um upgrade para o 48K e mais um modelo de ZX Spectrum.
O ZX Spectrum Plus (1984) era um ZX Spectrum 48K com um teclado de teclas plásticas mais avançado. Tinha uma Barra de Espaços melhor, um Enter de maiores dimensões, teclas para os cursores, teclas para os diversos modos de cursor do Sinclair Basic, tecla para a virgula, ponto, ponto e virgula, aspas e Delete. Esta evolução trazia ainda um botao de reset que se podia soldar conforme as instruções incluidas.
Em 1986, a Sinclair lança no mercado o Sinclair ZX Spectrum 128K que inicialmente estava pensado em ser apenas introduzido em Espanha (foi desenvolvido pela INVESTRONICA, uma empresa espanhola). Este modelo tem o teclado do ZX Spectrum Plus, 128K de RAM pagináveis em blocos de 16K, novas ligações para expansão (Para alem da ligação da TV, gravador de cassetes e da fonte de alimentação, este ZX Spectrum ainda tem saida para monitor RGB, ligação para sintetizadores MIDI, porta serial e ligação para um teclado numérico adicional), chip de som (AY-3-8912) e um novo editor Basic chamado 128 BASIC (neste editor tinha que se teclar as keywords letra a letra, por exemplo, para a keyword PRINT tinha que se teclar mesmo PRINT e não a tecla 'p' como anteriormente).
Por causa das novas opções, foi introduzido um menu ao se ligar o Spectrum 128K com as opções de Tape Loader (para carregar um jogo sem se ter que teclar LOAD""), 128 BASIC (para se iniciar o computador no novo editor), Calculator (um modo de calculadora simples), 48 BASIC (para se usar o editor BASIC do Spectrum 48K) e Tape Tester (para se verificar o nivel audio do gravador de cassetes).
O 128 BASIC, além do novo editor, tinha também uns extras: controlador MIDI, porta serial, chip de som (também se podia usar no 48 BASIC, mas só através de codigo maquina) programavel através de um novo comando PLAY, um disco de RAM (RAMDISK. os 128K de RAM não estavam totalmente disponiveis para o utilizador, o espaço ocupado pelo RAMDISK era reservado para este. O RAMDISK tinha alocação dinâmica variando de tamanho conforme o conteúdo deste) e um comando SPECTRUM para mudar do editor 128 BASIC para o 48BASIC.
Houve ainda um modelo chamado de Sinclair QL, que poderia ser chamado de "um irmão maior do ZX Spectrum", com 32bits (processador MC68000). Apesar de ser um excelente projeto, tinha algumas falhas de qualidade, de construção e de concepção. Como se não bastasse, parte do sistema operacional ficava em um dongle externo. Não é preciso dizer que o Sinclair QL foi um fracasso total.
Como consequência do falhanço do Sinclair QL e dos prejuízos acumulados com a produção do C5 (um pequeno carro individual movido a electricidade que Sir Clive insistiu em produzir), Sir Clive Sinclair viu-se obrigado a vender a linha de computadores ZX Spectrum à Amstrad, a qual lançou ainda vários modelos do ZX Spectrum 128K:
- O 1.º foi o ZX Spectrum 128K +2 (1986). Este modelo foi comercializado com um gravador de cassetes incluido no lado direito do teclado e foi o unico ZX Spectrum com uma caixa cinzenta. O +2 era muito semelhante ao modelo 128K; no menu foi eliminada a opção de Tape Tester e foram ainda alteradas todas as mensagens de "copyright" na ROM para Amstrad, bem como as portas EAR e MIC antes usadas para a ligação do gravador de cassetes externo. Este facto foi bastante criticado por alguns, porque impedia o uso de um gravador externo em caso de avaria da unidade interna.
- O 2.º modelo foi o ZX Spectrum 128K +3 (1987). Este modelo era um melhoramento do +2. Dispunha de uma drive de diskettes de 3"(discos com 160kbytes face única[simples]) em vez do gravador de cassetes e para controlar a drive de diskettes, foi implementado o +3 DOS (Disk Operating System) que era utilizável através do +3 BASIC. O +3 tinha na traseira uma porta Centronics (não "standard" da própria AMSTRAD e somente compatível com seus micros) para ligação a uma impressora paralela (padrão da AMSTRAD e somente compatível com seus micros)) e uma porta para ligar uma segundo drive de diskettes.
- O 3.º modelo foi o ZX Spectrum 128K +2A/B (1987). O +2A era um +3 mas com gravador de cassetes. E o +2B tinha um upgrade na ROM. Deste modo, o último modelo de Spectrum produzido foi o +2 B e não o +3.
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